Chapter Capítulo 12
Capítulo 12
Presidente Lopes, será que a gente pode ser um pouco mais sincero um com o outro?
Marcelo Lopes só negociava em bilhões, e não era nenhuma surpresa ele receber presentes caros de parceiros de negócios.
No ano passado, alguém lhe deu um par de brincos de olho de gato que também não custaram barato. Quando Marcelo Lopes os passou para ela, ela ficou toda contente, tanto que até perdeu um na festa e ficou dias sem comer de tanta pena, além de ter que aguentar a gozação do Marcelo Lopes, dizendo que ela não tinha Jelto.
O que ele não sabia era que ela só dava tanto valor àquele gesto porque tinha sido ele a dar a
ela.
Agora, pensando bem, para Marcelo Lopes aquilo não passava de uma tralha que alguém the tinha dado e que ele repassou para ela sem pensar duas vezes, sem nenhum carinho, sem importar.
Flávia Almeida fechou a caixa e empurrou o presente de volta para ele: “Quando a gente se divorciar e acertar as contas, a gente divide isso, assim não preciso devolver depols.”
Pedro!!!
Marcelo Lopes ficou pálido de raiva num instante: “Flávia Almeida! Você val começar de novo? Que direito você tem de falar em divórcio comigo? Que direito tem de falar em acerto de contas, se tudo o que você tem é por minha causa? Depois do divórcio, sem esta vida de luxo, você acha que se aguenta? Você nem para sobreviver serve!”
Flávia Almeida sentiu os dedos tremerem. Sempre que pensava estar imune às palavras de Marcelo Lopes, ele enfiava outra faca em seu peito, fazendo–a lembrar do quanto ela não valia
nada aos olhos dele.
Vendo que ela não respondia, Marcelo Lopes suavizou um pouco o tom, friamente disse: “Admite que errou, e eu faço de conta que nada aconteceu. O lugar de Sra. Lopes ainda é seu, o que você quiser…“, eu te dou….
“O Presidente Lopes é mesmo generoso.”, Flávia Almeida interrompeu Marcelo Lopes com um risinho: “Eu deveria estar chorando de gratidão, não é mesmo?”
Marcelo Lopes franziu a testa: “Estou te dando uma chance, não venha com esse tom!”
“Eu agradeço ao Presidente Lopes pela generosidade, por me dar essa chance, mas minha sorte é pouca e meu destino, infeliz, não consigo aceitar tanto. Melhor guardar para quem precisa.”
Marcelo Lopes se encheu de fúria: “Flávia Almeida! Eu te tolerei várias vezes, deveria saber a hora de parar, não exagere.”
“Eu sou assim mesmo, abusada, Marcelo Lopes. Que tal fazermos uma aposta,“, Flávia Almeida o encarou, com um olhar mais firme do que nunca: “para ver se consigo sobreviver
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depois do nosso divórcio.”
“Vamos ver então.“, Marcelo Lopes disse com um sorriso sarcástico: “Quero ver como você vai se afundar na lama sem miml Pedro, pare o carrol”
Pedro deu uma tremida e rapidamente encostou o carro,
“Descel“. A voz de Marcelo Lopes era fria e sem emoção.
Flavia Almeida olhou para a estrada que estava deserta e ventava, sentindo um peso no
coração.
O clima ficou tenso e Pedro tentou argumentar baixinho: “Presidente Lopes, aqui é difícil pegar taxi, melhor esperar chegar na cidade.”
Marcelo Lopes deu uma risada fria: “Ela não queria mostrar como pode viver sem mim? Pois bem, aqui está a chance delal Se nem isso consegue, não merece falar de capacidade comigo!”
O orgulho de Flávia Almeida foi atingido como nunca antes. Não havia nada mais humilhante do que ser desprezada pela pessoa que você ama.
Ela não disse mais nada, soltou o cinto, abriu a porta do carro e, antes de descer, olhou para Marcelo Lopes: “Quando vamos resolver os papels?”
Marcelo Lopes fitava os olhos dela como se fossem cuspir fogo, e após alguns segundos, soltou com dureza: “Amanhã às três da tarde.”
“Então tá, amanhã às três, no cartório.”
Flávia Almeida desceu do carro e, seguindo pela calçada arborizada, se afastou.
Não olhou para trás, não pediu nada, cada passo firme como se pisasse em concreto.
Marcelo Lopes engoliu em seco, os dedos apertando aos poucos.
“Pé na estrada.”
Pedro até queria dar um toque: “Presidente Lopes, a área ainda está em obras, a vigilância é furada, a patroa sozinha está na mira, será que…”
Marcelo Lopes o cortou, voz de gelo: “Pé na estrada! Não me faça repetir!”
Pedro engoliu as palavras.
Flávia Almeida já tinha andado uns cem metros quando ouviu o ronco do motor do carro lá atrás e, em seguida, um baque surdo, como se alguma coisa tivesse sido jogada no chão. O carro de Marcelo Lopes passou zumbindo por ela e logo desapareceu de vista.
Ela se virou e viu a bolsa que Marcelo Lopes tinha enfiado com ela no carro, agora largada na rua, o conteúdo espalhado longe.
Ela hesitou, mas não andou nem dez metros e voltou, rangendo os dentes.
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LAIM TO
Uma bolsa de três milhões jogada foral
Será que Marcelo Lopes tinha pirado?
Ela recolheu a bolsa, examinou por dentro e por fora, e, ainda bem, só um pouco de poeira, nada estragado.
Será que tava certo pegar de volta?
Mas tinha sido Marcelo Lopes quem tinha jogado fora, então não tinha problema, né?
Era um presente de um cliente para ele, então contava como património do casamento, certo? Então ela tinha direito à metade, então não tinha nada de mais em pegar, e se fosse o caso, até podia vender e dar metade da orana pra Marcelo Lopes.
Pensando assim, se sentiu com a razão e, sem culpa, levou a bolsa com ela.
“Meu Deus do céu!”
Francisca Ferreira soltou um berro que quase fez Flávia Almelda deixar o secador de cabelo
cair.
*Caraca, caraca, caraca! Mais de duzentos e oltenta mill”
Francisca apontava, tremendo, para a bolsa: “Tá dolda, só isso al? Três milhões? Como é que eu vou viver no mesmo teto que isso?”